segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Palmeirenses vivenciam gangorra de emoções em derrota para Fluminense


Dezenas se reuniram em lanchonete em frente ao clube neste domingo (11). Após término do jogo, muitos choraram diante da iminência do descenso.

Os palmeirenses praticamente jogaram a toalha quanto às possibilidades de o time do Parque Antarctica se livrar do rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro de 2013, depois de mais uma derrota, neste domingo (11). Com 33 pontos ganhos, quando restam apenas três rodadas para o término do Brasileirão de 2012, o Palmeiras teria de ganhar os seus compromissos restantes e ainda torcer por derrotas seguidas de Portuguesa, Bahia e Sport, uma combinação bastante improvável.
A derrota por 3 a 2 para o Fluminense, que acabou se sagrando campeão brasileiro, foi das mais dramáticas para os palmeirenses que ainda tinham esperanças de ver o time continuar a lutar para escapar da degola. Como de costume, dezenas de torcedores alviverdes que não puderam viajar a Presidente Prudente para acompanhar o jogo de perto se concentraram em uma lanchonete localizada em frente ao Parque Antarctica, esquina da Rua Caraíbas com a Rua Turiassu.
Nos 45 minutos finais da partida, os palmeirenses vivenciaram uma gangorra de emoções: saíram de um otimismo tímido para um desespero total; daí para uma esperança exacerbada e, por fim, o desespero novamente. Desde o início, no entanto, o ambiente na lanchonete era tenso.
Logo após o Fluminense fazer no 2 x 0 no placar, já na segunda etapa, a revolta tomou conta dos palmeirenses. Muitos deles começaram a chorar copiosamente. Qualquer buzinada que partia de algum carro que passava era entendida como uma provocação e a reação era de animosidade.
Tudo mudou quando Patrick Vieira assinalou o gol de empate aos 19 minutos da segunda etapa. A esperança já havia retornado quando Barcos havia diminuído quatro minutos antes. A torcida, com direito a cânticos de uma torcida organizada, se tornou eufórica.
A ducha de água fria veio aos 42 minutos, com o gol de Fred: 3 x 2 para o Flu. A partir daí, com exceção do artilheiro argentino Barcos, ninguém foi poupado dos impropérios e xingamentos desferidos pelos torcedores irados: diretoria, jogadores, técnico e até a imprensa. Ao avistarem um carro de uma emissora de tevê que passava pela Rua Turiassu, muitos torcedores dirigiram ameaças ao veículo, obrigando o motorista a mudar de faixa.
´Fala muito!´Nem o volante Marcos Assunção, um dos ídolos do time, escapou das críticas. “Depois que ele deu aquela entrevista (para a tevê), não fez mais nada. É igual o Tite (técnico do Corinthians) falou para o Felipão (Luiz Felipe Scolari, ex-treinador do Palmeiras): ‘Fala muito!’”, disse Robson Silva Santos, vendedor de 26 anos.
Para evitar compartilhar o sofrimento com outros palmeirenses, Santos optou por assistir ao jogo em casa, próxima à lanchonete. “Em casa, sentado no sofá e com raiva, sabendo que iria passar nervoso”, revelou. Para ele, a zaga e, principalmente, o zagueiro Maurício Ramos são os principais responsáveis pela atual situação da equipe. “O Maurício Ramos é coisa de empresário muito ruim ou muito bom. Só isso explica ele atuar no Palmeiras.” Ele resumiu em uma palavra o sentimento em relação ao clube do coração no momento: “Desgosto”.
O casal Alex da Fonseca Vieira, de 27 anos, e Ariane Vieira, de 23, acompanharam a partida na lanchonete “com os nervos à flor da pele”. Eles fazem um esforço para acreditar que ainda dá para se safar da queda, mas logo em seguida desanimam. “Vamos torcer forte até o fim, mas com essa diretoria não dá. Como podem pagar R$ 7 milhões nesse Luan (atacante do Palmeiras). Se cair, tem de acabar com essa diretoria e tem de renovar o time inteiro”, disse Alex.
Para Ariane, o pior é ver se repetir o drama de 2002, quando o Palmeiras não escapou do rebaixamento. “Mas acho que agora é pior ainda, pois deveriam ter aprendido a lição da primeira vez”, reclamou.
O servidor público João de Sales, de 47 anos, por sua vez, disse que a “tensão será imensa” nos próximos jogos do Palmeiras, mas acredita que ainda é possível se livrar do rebaixamento à Segundona. “Pelo menos, a esperança é total, né?”
Em dia tenso para os palmeirenses, até mesmo torcedor que ousou vestir as camisas de times adversários próximo ao reduto alviverde evitou tripudiar dos rivais. “Melhor não falar nada. A violência já tem sido grande nos últimos dias na cidade. Melhor evitar”, afirmou o corintiano Luciano, que ainda pediu para não ser fotografado.

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