terça-feira, 15 de maio de 2012

Bom começo Acabar com o sedentarismo só faz bem para a saúde. Mas é preciso começar com o pé direito, acompanhado por um profissional, para não sofrer lesões ou comprometer algum órgão

Bom começo
Acabar com o sedentarismo só faz bem para a saúde. Mas é preciso começar com o pé direito, acompanhado por um profissional, para não sofrer lesões ou comprometer algum órgão




Não é preciso procurar um profi ssional habilitado antes de começar a lavar roupas ou subir escada. É importante não confundir atividade física com exercício físico. A primeira é qualquer movimento dos músculos e do esqueleto que demanda gasto energético. O corpo de qualquer pessoa saudável está preparado para ela. Já o exercício físico é diferente, pressupõe movimentos que estão fora da rotina e, portanto, vão expor o corpo a algum estresse. É impossível saber previamente o limite de cada pessoa. Um rapaz pode até correr um quilômetro mesmo estando fora de forma e sentir-se bem, enquanto outro com a mesma distância sentirá falta de ar e desmaiará. Daí a importância de ter um profi ssional habilitado de olho para indicar o mais adequado para cada perfi l. "É como quando vamos ao médico. Ele prescreve o melhor medicamento, a frequência de uso e a dosagem. O profi ssional de educação física faz o mesmo", fala o educador físico Alexandre Menegaz.
Outro papel importante do profi ssional é dar a medida certa aos exercícios. "Com a propagação da imagem do corpo ideal, os exercícios físicos tornaram-se uma síndrome e há perigo de overtraining, ou seja, exageros", diz a massoterapeuta Domênica Camilo.
Os riscos para quem se exercita sozinho são vários. "Podem ocorrer lesões musculoesqueléticas, dor e, dependendo da condição de saúde da pessoa, até morte", diz Menegaz. Nos casos em que a pessoa tem um preparo muito ruim e se expõe a uma atividade muito intensa, o coração é muito solicitado. Muitas vezes a pessoa nem sabe, mas já tem algum problema que não resiste ao esforço intenso, podendo sofrer até mesmo um infarto. "Muitas vezes um estado emergente, como uma festa ou a proximidade das férias, faz com que a pessoa queira recuperar o atraso", diz o preparador físico Abdallah Achou Júnior, da Universidade Estadual de Londrina (UEL- -PR). "Nesses casos, geralmente a pessoa se encontra fora de forma", fala o especialista.

Vai um polichinelo, doutor?
Correr intensamente forçará as articulações, provocando lesões. "Os efeitos negativos são dois: é impossível cumprir o objetivo imediato, e o indivíduo acaba por desistir dos exercícios", afi rma. É claro que a necessidade de acompanhamento de um profi ssional é tanto maior quanto for a complexidade dos exercícios eleitos. Caminhar, por exemplo, não requer grandes ou maiores cuidados no caso de pessoas que são saudáveis.
Todo mundo está acostumado a andar e o corpo é preparado para isso. Já aventurar-se nos aparelhos de uma academia envolve um certo conhecimento tanto para garantir os resultados quanto para protege-se de lesões. Em algumas situações, não basta apenas o profi ssional de educação física. É bom ter o aconselhamento de um médico também. A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBMEE) aconselha que pessoas acima dos 35 anos passem, obrigatoriamente, por avaliação médica antes de começar qualquer tipo de atividade esportiva. 

Os sinais de que o corpo está em risco são cansaço exagerado, falta de ar, sensação de tontura e desmaio, dor no peito e dor de cabeça
"Os mais jovens precisam ser avaliados por um especialista apenas se tiverem histórico familiar ou qualquer condição clínica adversa", diz o médico do esporte João Felipe Franca, da Clínica de Medicina do Exercício (Clinimex-RJ). Os antecedentes mais importantes são os de doenças cardiovasculares e também as do tipo pulmonares.
Ao começar a praticar uma atividade sozinho, fi que atento a sinais de que algo não vai bem. E suspenda o exercício. O principal deles é a dor. "Ela indica lesão, ou o risco dela", diz Timóteo Araújo, presidente do centro de estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafi scs-SP). A dor leve é aceitável em exercícios de alongamento, mas, se persistir e o movimento não for interrompido, há uma chance muito grande de lesão.
 


Os efeitos negativos são dois: é impossível cumprir o objetivo imediato, e o indíviduo desiste dos exercícios


 
Exercícios abdominais
Errado
Empurrar o pescoço para baixo, encostando o queixo, na hora de subir. Isso pode provocar lesão na coluna e dores no pescoço

Certo 

"Subir" com o pescoço como se estivesse olhando para a frente. Essa posição, além de proteger a lombar, torna o exercício mais eficiente
 
Ciclismo ou bicicleta ergométrica
Errado 

Manter a coluna arqueada provoca dores e inflamações nos músculos, principalmente das costas. Deixe essa posição para os competidores, já que a principal vantagem é diminuir o atrito com o ar e ajudar a ganhar velocidade. Esticar muito ou pouco as pernas no momento de pedalar pode causar bursite na articulação dos joelhos
Certo 
Coluna reta. Pernas quase esticadas, mas ainda mantendo uma leve flexão na hora de pedalar


Para cada idade, um tipo de exercício
Saiba o que você pode fazer de acordo com a linha do tempo
AOS 20 ANOS: é uma época de muita socialização. Por isso, os esportes em grupo como vôlei, basquete e futebol são indicados. Nessa idade o corpo está mais preparado para lidar com impactos, como o provocado por um salto. Mas mesmo assim o organismo não está livre de lesões. O início deve ser lento e a frequência é importante: deve ser de três vezes por semana, ou intercalar com outro tipo de atividade (natação e corrida).
AOS 30 ANOS: por volta dos 35 anos, a força muscular começa a decair. É importante acrescentar musculação para garantir o ganho e a manutenção da massa muscular. O treino pode ser dividido em duas vezes por semana: esportes aeróbicos (natação ou corrida); e duas vezes de pesos ou resistência. Ou parcelar o treino diário em 30 minutos de aeróbico e 30 minutos de resistência. A frequência é de três vezes por semana.
AOS 40 ANOS: mulheres na menopausa correm um risco de osteoporose, e exercícios ajudam a fixar cálcio nos ossos são indicados: caminhadas fortes, corridas ou dança. O importante é garan tir pelo menos duas horas de prática aeróbica por semana para, entre outras coisas, evitar o ganho de peso comum da idade. Ioga ajuda na flexibilidade.
ACIMA DOS 50 ANOS: a força muscular diminui, o que deixa o corpo mais vulnerável a lesões. Recomenda-se exercícios de menor impacto (caminhada e hidroginástica). O alongamento é importante para garantir a elasticidade dos músculos e também para aumentar o equilíbrio e proteger contra quedas.


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